quinta-feira, 24 de setembro de 2009

As dúvidas freqüentes de quem está começando


Trazemos na pauta um assunto para quem está ainda engantinhando no mundo da corrida e quer treinar sério. Por experiência própria, sei que a cabeça nessa hora fica cheia de dúvidas… vou correr pouco, preciso mesmo aquecer? Posso correr todos os dias? Devo correr de manhã ou Como nem todos possuem o auxílio técnico de um especialista e às vezes não encontram um lugar onde possam debater estas dúvidas mais simples, abrimos aqui esse espaçocorrer à noite? E por aí vai…

Estas são as perguntas mais frequentes:


1. Qual é a roupa ideal?
A principal preocupação deve ser sempre usar roupas confortáveis, levando em conta as condições ambientais. Hoje temos diversos tipos de tecidos que auxiliam até na termoregulação do organismo. Camisetas regatas, shorts, meias, cuecas, calcinhas, bonés, blusa para o frio etc, tudo deve ser escolhido com cuidado. Evite correr com roupas apertadas ou velhas, que com certeza irão prejudicar seu treino.


2. Existe um jeito certo de correr?
É importante respeitar o padrão de movimento de cada corredor, dando atenção especial à sua postura natural. O padrão ideal mantém o corpo ereto, cabeça olhando para frente, braços e antebraços flexionados com ângulo de 90 graus etc. Portanto, a individualidade dentro de certos limites deve ser respeitada e com o decorrer dos treinos seu padrão será aprimorado, melhorando com isto sua eficiência na corrida.


3. Existe um piso mais indicado para os primeiros treinos?
A grama ou trilhas de terra batida são ideais para os primeiros treinos. No início da sua programação de treinamento, evite percursos com muitas subidas e descidas. Procure percursos planos para um melhor aproveitamento de seus treinos.


4. Como evitar a falta de ar nos primeiros treinos?
Quando iniciamos treinos de corrida, sentimos falta de ar durante o treino. Da mesma forma que um carro sem gasolina não anda, nosso corpo depende exclusivamente da oferta de oxigênio aos músculos para ter a energia necessária para correr. Quando não temos um condicionamento físico ideal ou passamos de nosso limite, ficamos com a respiração ofegante, pois nossos pulmões não conseguem aproveitar a quantidade de oxigênio oferecida. Portanto, falta de condicionamento não tem relação com falta de ar. Mas sua forma de respirar pode ser melhorada, principalmente para um melhor relaxamento dos músculos que participam do ato de correr. Uma forma muito recomendada de respirar durante a corrida seria inspirar e expirar o ar pela boca e pelo nariz simultâneamente em um ritmo de acordo com a necessidade e intensidade da corrida ou caminhada realizada. Quanto mais inconsciente e relaxado esse processo, melhor será seu aproveitamento.


5. Mesmo quem corre pouco precisa fazer aquecimento?
Todo início de qualquer atividade física requer um pouco de cuidado. Os músculos e articulações ainda não estão preparados para partir imediatamente do estado de repouso para uma condição de esforço. Portanto, antes de iniciar seu treino de corrida aquecer é obrigatório, respeitando as seguintes regras: quanto mais baixa a temperatura ambiente, maior deverá ser a duração do aquecimento. Esta duração pode variar de 5 a 30 minutos; quanto mais intenso for o treino, mais demorado e específico deverá ser o aquecimento; o ritmo de aquecimento dever ser lento, levando a um aumento gradual da temperatura corporal, acelerando-o até que se chegue próximo de 60% do ritmo do treino; após o aquecimento, realize um alongamento rápido e inicie seu treino imediatamente.


6. Qual a principal preocupação quando iniciamos um programa de corrida?
A maioria das pessoas que estão insatisfeitas com sua atual condição física procura recuperar anos perdidos, em função da inatividade física, em apenas alguns meses. Esta busca geralmente frenética é danosa para o organismo, trazendo uma infinidade de consequências como: lesões articulares, musculares e, principalmente, uma sobrecarga no coração. Portanto, não exagere na intensidade do treino, mesmo achando que pode puxar um pouco mais. Respeite o seu corpo e nunca continue um treino tendo algum tipo de dor durante a corrida.

7. Qual a importância do descanso na semana de treinamento?
A chave para obter um condicionamento físico ideal não está na quantidade de treinos que realiza, mas na velocidade com que seu organismo se recupera de um treino. Quanto mais rápido é esta recuperação, mais cedo estará pronto para o próximo treino. Existem diversos fatores que influenciam a recuperação, como idade, tempo de treinamento, personalidade, temperatura ambiente, alimentação e principalmente outros fatores individuais. Somente você conhece suas reais condições físicas e mentais e pode avaliar seu tempo ideal de descanso.

8. É fundamental manter o ritmo durante uma corrida?
Correr sempre no mesmo ritmo com certeza irá melhorar sua condição física, mas um treinamento mais elaborado otimiza e aproveita melhor seu tempo disponível para treinar. Criar ritmos subjetivos de corrida auxiliará bastante no desenvolvimento e evolução de seus treinos, como corridas leves, moderadas, moderada forte, forte. Esta noção subjetiva de esforço é muito importante e um relógio com cronômetro ajuda bastante a realizar os ritmos de corrida nas respectivas intensidades.

9. Como deve ser meu procedimento com alongamento?
Fique atento aos exercícios de alongamento. Eles não aquecem a musculatura, apenas alongam as fibras. Portanto, não é recomendado realizar exercícios de alongamento sem ter feito um aquecimento prévio, pois o músculo não estará devidamente lubrificado e aquecido para que possa ser alongado. Dê uma atenção especial para o alongamento sempre após os treinos de corrida, utilizando o método de alongamento estático. Nele, movemos o membro lentamente, mantendo-o um pouco acima da amplitude habitual. A duração pode variar de 10 a 60 segundos e as repetições de 1 a 5 vezes. É importante destacar a especificidade dos exercícios, ou seja, devem estar relacionados com o tipo de modalidade esportiva a ser desenvolvida. Alongamento não previne, mas diminui a gravidade das lesões.

10. Correr pela manhã faz mal?
Se você não repousou direito à noite, seu rendimento não será o ideal e estará forçando desnecessariamente seu corpo. Do contrário, é o melhor horário para treinamento, já que você não está desgastado por um dia inteiro de trabalho. Agora, quem não faz os exames clínicos necessários e sai por aí correndo pode ser vítima de um colapso a qualquer hora do dia, o que contribui para isso são os excessos e a falta de uma avaliação médica mais cuidadosa.


quarta-feira, 23 de setembro de 2009

E dificil ?!

É DIFÍCIL SER UMA ATLETA.É DIFÍCIL TREINAR, TREINAR E PERCEBER QUE AINDA FALTA MUITO.E AINDA MAIS DIFÍCIL É ENFRENTAR UMA CONTUSÃO.É DIFÍCIL MORAR LONGE DA FAMÍLIADIFÍCIL ENCONTRAR FÔLEGO EM CERTOS MOMENTOS.E é MUITO DIFÍCIL ENCONTRAR UM PATROCÍNADOR, É DIFÍCIL PERDER!E é DIFÍCIL VENCER! MAS P/UMA ATLETA SÓ UMA COISA É MAIS DIFÍCIL VENCER!MAS P/UM ATLETA;SÓ UMA COISA E MAIS DIFÍCIL:NÃO SER ATLETA:SÓ UM ATLETA SABE SEU ESFORÇO P/ATINGIR SUAS METAS..E SÓ ELE SABE COMO É DIFÍCIL ALGUÉM RECONHECER O QUE A PESSOA PASSA P/ATINGI-LAS... SÓ UMA ATLETA SABE RECONHECER QUE É UM CAMPEÃ A CADA ETAPA VENCIDA DO SEU TREINAMENTO...E UMA VEZ ATLETA DIFILCILMENTE DEIXARÁ DE SÊR....SUA VIDA SERÁ UMA COMPETIÇÃO,COM OBJECTIVO DE ALCANÇAR E FAZER SEMPRE O MELHOR DE SI..O ATLETISMO É UM ESPORTE DURO,QUEM PRATICA OU PRATICOU SABE DO QUE EU ESTOU FALANDO.UM ESPORTE AONDE NADA VEM POR ACASO.MUITA DISCIPLINA,DEDICAÇÃO,SACRIFÍCIO E DETERMINAÇÃO SÃO APENAS O INÍCIO P/ SE OBTER ALGUM RESULTADO.

Vida de atleta


Atletismo Primeiro tem que acreditar.Então tem que tomar impulso, respirar fundo e se lançar.Tem que ter fôlego. Determinação. Paixão. Um bocado de coragem. Espírito de competição. Sabedoria.Tem que saber que ora se ganha e ora se perde.E tem que saber perder e ganhar.Tem que acreditar que os resultados nem sempre dependem só da gente.Daí tem que aceitar os resultados (sem jamais ser conformista).Tem que correr contra o tempo (mas tem que ter muita calma).Tem que correr para alcançar o que quer (aproveitando esse querer o quanto der para aproveitar).Tem que levar pouco peso - culpa, inveja, ódio, medo - senão fica difícil chegar lá.Tem que ter delicadeza.Tem que ser muito forte.Tem que contar com a sorte.Tem que se entregar inteiro.Tem que investir, se preparar, se prevenir.É que às vezes tem muitos obstáculos para a gente atravessa.

O que a maratona nos ensina


Nosso maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima não era para estar lá, naquela posição, liderando a mais importante e emblemática prova das Olimpíadas de Atenas, encerradas ontem. O jornalismo brasileiro não o tinha escolhido, portanto não merecia contrariar a pauta. O terrorista que impediu sua vitória (usando vestidinho plissé magenta) apenas completou o serviço da exclusão e o colocou à força no terceiro lugar.
Porque o jornalismo brasileiro aspira a ser História, a obsoleta História do momento histórico, pretendendo transformar em eternidade o que é gritantemente provisório. História é outro departamento e surge numa curva, nas pernas de um atleta anônimo.
Estudo - A verdade é que os jornalistas brasileiros precisam estudar e aprender, especialmente com Eric Hobsbawn, as principais vertentes dessa ciência em mutação, no livro Da História. Como jornalista, em sua maioria, não estuda, e nem sequer lê livro que conta, fica falando abobrinhas sobre a cultura grega e dando show de incompetência no seu próprio ofício. Porque o jornalismo só pode fazer História quando fizer realmente jornalismo, e não quando pretender ser testemunha ocular da História. A História não se revela a olho nu, não é algo que caia nas redes de televisão. É preciso aprender, antes de tudo, metodologia.
A que mais me toca é a de Sérgio Buarque de Hollanda, que não contente em nos presentear com seu filho Chico ainda tem uma obra que precisa ser lida inteira.
O que faz o grande historiador? Encarna o documento e compõe a História nas águas da linguagem que estuda e consulta. É um trabalho de cão (para mais de uma vida, dizia ele), que fez de Visões do Paraíso a mais importante obra da erudição nacional. Fazer História não é berrar patriotadas diante dos jogos.
Façam reportagem: onde estava nosso maratonista antes de ser atacado pela falha gritante da segurança, tão incensada pelo telejornalismo brasileiro? Porque foi isso o que aconteceu: gastaram bilhões em esquemas pirotécnicos de segurança e deixaram escapar o imponderável, o louco, que estava vestido exatamente igual ao dia em que interrompeu a Fórmula Um. Nada viram e deixaram que impedisse nosso querido maratonista de fechar as Olimpíadas com o Hino Nacional do Brasil soberano. Ao deixarem de lado Vanderlei (era só vôlei,vôlei,vôlei), o jornalismo brasileiro comeu a maior mosca da História.
Parabéns, Giba, pela sua filhinha. Mas no jornalismo esportivo uma boa matéria sobre esporte é mais adequada do que as lágrimas do papai.
Perdão - Vamos visitar essa figura maravilhosa que é Vanderlei. O que fez ele? Sentiu pânico, sentiu medo de morrer. Depois, desconcentrado, exausto, sai abrindo os braços pedindo providências, reclamando da injustiça. Entrou no estádio como um verdadeiro herói, o maior atleta destas Olimpíadas. E a tudo perdoou porque essa é natureza do Brasil soberano, o país que tem consolidada sua soberania e por isso (viu, vice-presidente da República?) está deitado eternamente em berço esplêndido, graças a Deus. Vanderlei ficou feliz com o bronze, com a medalha especial e passou por cima do ouro que lhe negaram. Esse bronze e essa medalha especial suplantaram todos os ouros das grandes potências esportivas. É um gesto de grandeza, de perdão, de quem está por cima, de quem nasceu no berço de um grande país, hoje descosturado, mas tendo intacta ainda sua vocação para a maioridade.
Vamos aprender com a maratona e seu herói: surpreenda quem o colocou numa gavetinha qualquer, supere-se, e se o imprevisto arrastá-lo para fora do seu destino, perdoe, porque perdoar é livrar-se do Mal e criar uma nova chance. Fiquei emocionado com a história dos taxistas gregos, que carregaram os brasileiros de graça e pediram desculpas pelo que aconteceu.
O Brasil nasceu para mudar o mundo. Ensinou a humanidade a voar, agora ensina todos a vencer. Maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima: honra e glória aos heróis da Pátria.

A História de Vanderlei Cordeiro de Lima


Vanderlei Cordeiro de Lima nasceu no dia 4 de julho de 1969 na cidade de Cruzeiro do Oeste, interior do estado do Paraná. Oficialmente, seu registro aponta para a data de 11 de agosto. É o sétimo filho do casal José Cordeiro de Lima (já falecido) e Aurora de Lima. Quando criança, a família mudou-se para Tapira, também no interior do Paraná, onde Vanderlei cresceu e concluiu o primeiro grau. Foi em Tapira que aprendeu a cuidar da terra e a desenvolver o gosto pela corrida, pois a família trabalhava como bóia-fria nas plantações da região.

Da vivência familiar herdou a perseverança, a boa índole e a capacidade de enfrentar adversidades com coragem e bom-humor.
Correr nas estradas de terra nos períodos em que a família trabalhava nas lavouras no interior do Paraná virou a grande diversão do menino Bodega, apelido carinhoso de Vanderlei. Os trabalhadores rurais arrebanhavam toda a família para o trabalho de plantio ou de colheita, ora de café, ora de amora, ora de cana-de-açúcar, num esforço para melhorar a modesta renda que era sazonal, e que tirava as crianças da escola inevitável e frequentemente. Na hora do descanso para almoço, a criançada punha-se a correr atrás da bola e a jogar as tradicionais peladas ali mesmo, no campo de trabalho. Mas Bodega, punha-se a correr. Sentia um prazer nessa prática, que logo o faria notado por seu professor de educação física, Arnei César Moreira, que o convidou a participar dos jogos interescolares, representando a escola, na corrida. Na época ele já estava no “ginásio”, aos quase 12 anos de idade, e sua participação trouxe vitória à Escola Estadual Castelo Branco.Treinar passou a ser rotina diária.

Nas competições da região, ele já se fazia notar, mas ganhou destaque ao conquistar o 4º lugar no Troféu Maringá, aos 16 anos. Foi convidado a treinar com vistas a representar a cidade em jogos regionais.
Por seus bons resultados, acabou convidado para treinar para provas de pista em São Paulo, pela equipe Eletropaulo. O ano era 1988 e o treinador, Humberto Garcia de Oliveira. Os resultados melhoravam e em 1990 acabou trocando de equipe, passando a treinar pela União Esportiva Funilense, então sediada em Campinas. O treinador era Asdrúbal, que faleceu em 1992, ocasião em que passa a treinar com Ricardo D’Angelo, com quem não deixaria mais de trabalhar.

Os resultados em pista e em provas de rua apontavam um talento crescente para as corridas de fundo, mas era preciso maturidade e treino para experimentar a maratona. Ainda em 1992, Vanderlei ganha visibilidade nacional por subir ao 4º lugar do pódio na São Silvestre.
A primeira maratona aconteceu “sem querer” em Reims (França), no ano de 1994: contratado para coelho da prova até o 20km, e sentindo-se bem, acabou terminando a prova em primeiro lugar. Nascia ali o maratonista.